🙏 Em Busca da Verdade  

      No passado, por décadas, estive perdido em uma busca incessante de uma verdade que satisfizesse meus anseios e sede espiritual. Dentro do sistema religioso foi pastor por mais de 35 anos e por mais 40 anos fui um buscador contumaz por essa revelação da verdade. Pois Cristo mesmo disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertara”. Mas, por mais que eu buscasse, a busca se intensificava cada mais. Sempre havia uma sede sem fim. Nada saciava em definitivo. A princípio, quando me tornei cristão, por um tempo pareceu-me que tinha encontrado o que buscava, mas com o tempo, as insatisfações, desassossego permaneceram. 

      E eu continuei a buscar, desta vez através da internet. Descobri muitas coisas no que se refere a Bíblica, você pode conhecer explorando por aqui. Hoje entendo que, o conhecimento adquirido assim, por outras pessoas ou escolas, livros, não agrega nada na expansão da consciência no que se refere à jornada espiritual. Todo esse conhecimento adquirido nas leituras de livros, nos seminários, faculdade de teologia, e vários cursos, mas atrapalha do que ajuda. 

     O conhecimento da verdade que liberta, da qual Jesus falou, precisa ser adquirido pelo autoconhecimento. Quando alcançamos o conhecimento através do nosso autoconhecimento acessamos a Fonte do nosso ser, Deus, a Verdade absoluta. Esse é o conhecimento do qual precisamos, o conhecimento adquirido através do autoconhecimento. E esse conhecimento não pode ser adquire através de outros, ou de nenhum sistema religioso. 

     Hoje não tenho nenhum projeto acima dessa busca pessoal do autoconhecimento, e paralelamente, se alguém precisar e quiser, vou poder ajudar em alguma coisa.  O caminho e a fonte estão dentro de nós, só dentro de nós. Na verdade não precisamos de gurus, líderes ou mestres, externos, nessa jornada sagrada. O mestre está dentro de nós. Quando falamos de busca, na verdade é a busca de compreensão, pois o que buscamos já está dentro de nós. Quando compreendemos, a Verdadeira Realidade Divina nos é revelada. 

    Não tenho nenhum anseio em relação ao futuro, pois o mesmo ainda não existe, nenhuma culpa em relação ao passado, pois o mesmo já não existe mais. Vivo, solto, livre e leve no presente, pois somente ele é real.

   Não busco orientação externa mais, pois dentro de mim está a fonte do conhecimento, da qual preciso, para alcançar cada vez mais a Iluminação, a reconexão Divina. O que, na verdade, nada mais é do que a expansão daquilo que já é inato no meu interior.

   Passamos a nossa vida toda na visão de um passado cheio de fantasmas, assombros, sentimento de culpa, pesares, saudades, tristezas, sentimentos por não ter feito melhor, etc. Da mesma forma, na ilusão em relação ao futuro, criamos medos do que nos parece tão predador, o desconhecido assustador. Tudo isso nos traz uma profunda insegurança. Vemo-nos como em uma corda bamba entre o passado e o futuro.

  Por causa dessa situação, desesperadamente buscamos orientação com psicólogos, gurus, padres, pastores e mestres, nas suas religiões, para amenizar o desassossego do nosso coração. Mas depois de gastar uma boa parte, ou toda a nossa vida, chegamos à conclusão de que estamos no mesmo lugar de insegurança, tão vazios e desorientados quanto antes.

     E agora o quê fazemos?  Estamos perdidos! Não temos para onde irmos! Esgotamos todas as nossas reservas de busca!

   Mesmo buscando em todas as direções, nenhum conhecimento verdadeiro, digno de confiança, no qual podemos nos apoiar e descansar, encontramos. Alguns nesse ponto entram em depressão, se desesperam e desistem de tudo.

   Mas é exatamente nesse ponto que pode surgir um insight no sentido de que a verdade buscada por tanto tempo e por todos os lados, está mais perto do que se imagina, e consequentemente a solução para todo o nosso anseio e problemas.

  Toda a verdade de que se precisa para se chegar onde queremos, na “jornada espiritual”, está dentro de nós mesmos, na nossa alma, a centelha divina. Basta procuramos em nós mesmo, ela está lá! Mas para isso precisamos ter plena consciência  do processo de silenciar (ou esvaziar) a mente, e que esse processo só pode ter sucesso mediante a meditação, não necessariamente a meditação tradicional, mas uma meditação, contínua, mediante um estado constante de atenção e observação de todos os pensamentos, desejos, problemas e sentimentos;  e isso sem julgamento, sem juízo, sem conclusão, sem condenação, sem interpretação, sem rejeição ou aceitação, sem escolha, sem comparação, sem preconceito e sem o observador, (o Ego). 

   Isso se aplica tanto no que se refere a nós, em tudo que fazemos, como em relação às atitudes externas do próximo. Nunca criticarmos ou rejeitar ninguém, nem a nós mesmos, nem as instituições, sejam elas quais forem, nem aos governos, sejam eles quais forem.

   E não somente em relação às pessoas, instituições, governos, mas também de tudo que presenciamos no nosso dia-a-dia, sejam, por exemplo, objetos, ambiente, pensamentos, desejos, quaisquer problemas, uma árvore, uma pintura, ou paisagens, um rio, o mar ou uma montanha.

  Quando assim procedemos, silenciamos a nossa mente e cessamos nossos pensamentos e desejos, bem como dissolvemos o nosso Ego. Esse é o investimento que se precisa fazer para se ter a Iluminação. Quanto mais em estado de atenção estivermos, o dia todo e a todo instante, mais autoconhecimento temos. E quanto mais autoconhecimento tivermos, mas expansão (iluminação) na consciência temos.

    Quando a mente está ocupada com outras várias coisas, não é possível fazer esta meditação. Ou se a mente estiver a interpretar, a dar uma denominação ao objeto observado, estará então distraída. De modo idêntico, não seremos capazes desse estado de atenção, se nossa mente não estiver profundamente interessada, se não estiver participando plenamente do que se está observando. A mente precisa ser silenciada, e para ser silenciada, os pensamentos precisam ser cessados. E para que aconteça essa cessação dos pensamentos, precisamos substituir os pensamentos pela atenção constante em observação de tudo que estivermos presenciando, na forma de meditação. Observar cada coisa, seu espaço e o silêncio causado por esse espaço. Observar assim requer atenção total.

    Nesse processo nos livramos dos nossos pensamentos = desejos (psicológico ou não) = Ego. Passam por nossa mente +/- 70 mil pensamentos/desejos por dia. Desses pensamentos muitos são desejos inatos (normais que fazem parte de nossas vidas, como por exemplo: o desejo de comer, beber, se proteger, se cuidar, fazer sexo da forma correta, descansar, desejo normal de ter uma casa, um carro, e tantos outros, que estão ligados ao eu), os demais são desejos psicológicos que estão ligados ao ego, por exemplo: o desejo de comer por prazer, de fazer sexo fora do normal, desejo de ter uma mansão, desejo de ter carros caros e importados, competição, desejo de fama, e tantos outros. 

     O ego pode ser comparado com um polvo, com vários tentáculos. O ego é composto por vários desejos psicológicos e esses desejos são como tentáculos que abraçam várias coisas. Na medida em que, através da meditação, descobrimos que algum desejo/coisa que queremos é um tentáculo do ego, esse tentáculo é neutralizado e dissolvido; assim podemos quebrar cada um dos tentáculos (desejo egoísta) até que não haja mais nenhum. 

      Quando todos os tentáculos são dissolvidos o corpo também desaparece. Assim o polvo/ego é dissolvido. E então encontramos a VERDADE ABSOLUTA, DEUS, O DIVINO, LIBERTAÇÃO, A VERDADEIRA SALVAÇÃO, ILUMINAÇÃO, RECONEXÃO DIVINA. O INCOGNOSCÍVEL.

                                                                                  🙏🙏🙏